Rota 173

Localizado em um complexo demográfico rodeado de montanhas e ruas calçadas por paralelepípedos provenientes de suas próprias pedreiras. Tem ouro no nome, mas pode crê é ouro de tolo. Esse blog foi criado para que os integrantes do Clã Rota 173,no qual tem como objetivos frequentar eventos e festivais de rock'n roll; fazer viagens com foco em diversão; observar os transeuntes e incorporar bordões; postar seus textos, fotos,vídeos, e quaisquer outras "bestages" que estiverem a fim.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ilustrando Chico César

Esta é uma ilustração da música "A primeira vista" do cantor Chico César.

http://www.youtube.com/watch?v=EkBwmgVXMYc

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Grande Surpresa



     Silvana, moça bonita, bem apanhada, casada há uns três anos com Zé Roberto; sempre teve fantasia de fazer amor com outro homem. Não era por falta de amor por parte de seu marido e nem porque não tinha amor por ele, era muito amada e o amava demais, o que sentia era involuntário, quando tinha esses pensamentos obscenos sofria muito. Nem comentava com ninguém, temia o comentário das pessoas e a reação do marido que a tratava com muito carinho a cercava de muita pompa e luxo. Isso não passa nem de longe pela cabeça de Zé Roberto, vendo Silvana assim toda fiel e prestativa guardando bem seu segredo no mais íntimo de seu ser.
     Zé Roberto não entendia porque sua vida amorosa não ia muito bem. Tudo o que fazia não dava resultado, Silvana apesar de parecer fogosa o marido percebia que ela fingia na hora do ato amoroso. Certo dia, ao entrar no quarto, ouviu Silvana pensando em voz alta: “O Zé podia fazer uma surpresa boa qualquer dia desses”. Zapeando o controle Remoto, concluiu: “Esta Tevê não tem nada que preste!” E desliga a tevê. Zé Roberto nem terminou de entrar no quarto, saiu. Saiu com um pensamento: “Se é uma surpresa que ela quer, é isso que vou fazer!”
     Perto do aniversário de Silvana Zé Roberto pediu-lhe, logo de manhã, quando saiu para trabalhar, para que ela comprasse alguma bebida logo cedo, que ele teria uma surpresa para ela qualquer dia desses. Ele preparava a surpresa.
Silvana deu um pulo de alegria, deu um beijo em seu marido e logo que o ele saiu, também saiu para a tal compra.
     Demorou um pouco no mercado, não quis se apressar estava muito contente para isso. Comprou algumas besteiras: champanhe da qual estava acostumada a beber em festas, algumas cervejas e, não se sabe por que, comprou um maço de cigarros, pois ela e o marido haviam parado de fumar a algum tempo.
      Vagarosamente foi para a casa. Estacionou o carro. Pegou a compra e foi abrir o portão. Notou que o portão estava aberto, estranhou, pois jurava que havia fechado quando saiu. Percebeu algo estranho, mas não ligou. Ao chegar perto da porta, viu que estava aberta. De imediato pensou: “Será que o Zé está em casa?” Ao chegar no quarto quase derrubou a compra no chão. Silvana viu um rapaz de camiseta regatas com uma chave de fenda na mão. O rapaz também se assustou, mas prontamente falou: “É a surpresa que seu marido preparou!”
     Silvana ali parada na frente daquele rapaz. O mesmo rapaz que vinha em seus sonhos libertinos, nos quais ela traia seu amado marido e depois chorava arrependida. Estava ali, pensou Silvana, será que o Zé adivinhou? Será que é verdade? Será...? Será que ele me ouviu falando? Mas eu nunca falei! Será...?
      No meu deste turbilhão de perguntas, excitada pulou nos braços do rapaz que assustado tentava repelir suas investidas. Silvana não percebia e foi logo rasgando a camisa do pobre rapaz que dizia: “Calma dona!” “Eu...” “Eu...” Quando percebeu já estava quase sem roupas e Silvana em cima dele na maior excitação. Não resistiu aquele “mulherão” todo em cima dele e deixou levar.
       Silvana realizou seu sonho, estava leve. O rapaz meio assustado, todo esfarrapado, mas satisfeito, esqueceu o que tinha que fazer e foi embora.
Um pouco mais tarde Zé Roberto voltava do trabalho e encontrava Silvana de banho tomado, de camisola transparente e um lingerie que ela costumava por quando eles estavam no fogo da paixão. Duas taças de champanhe na mesa. Silvana insinuava para Zé Roberto dizendo frases obscenas.
     José Roberto mais que depressa agarrou sua amada e nessa noite amaram-se como da primeira vez, com a diferença que nesta vez, foi na primeira vez. Silvana até acendeu um cigarro sabe se lá por quê. De certo vira em algum filme de Hollywood. O marido satisfeito olhava a esposa apaixonado, nem se deu conta do cigarro. Silvana também, depois de um acesso de tosse, jogou o cigarro fora e ficou longamente olhando o marido que pasmado olhava para ela. Minutos... Horas... Não se sabe quanto tempo depois Zé Roberto perguntou: “O rapaz veio?” Silvana ainda extasiada com tudo, respondeu: “Veio e obrigada pela surpresa!” Zé Roberto olhou para a televisão e: “mas ele não ins...” cortou a conversa. Silvana distraída: “Hã?” “Que foi?” Zé Roberto Disse: “Nada!” “Estou cansado!” “Vou tomar um banho e dormir.”
   Naquela noite Zé Roberto dormiu sem preocupação. No outro dia foi entender o que havia acontecido. Ele meio triste, mas com a certeza, de que de uma forma ou de outra a surpresa havia dado certo. E que Silvana não queria a instalação de uma tevê a cabo e sim o instalador. Acabou se conformando com o tempo, pois Silvana o fez esquecer com todo o amor que tinha para dar.
     Silvana não ficou com nenhum peso na consciência, pois fora Zé Roberto mesmo que havia feito a surpresa. Nunca mais teve sonhos libertinos e sempre amava mais seu marido que nunca mais fez nenhuma surpresa a ninguém para não ser surpreendido depois.
      Quanto ao rapaz, instalador de antenas, deixou esse ofício e foi trabalhar em uma boate. Cada noite faz uma surpresa para suas clientes, com uma fantasia diferente. Fantasia-se de bombeiro, médico, vaqueiro, mas a fantasia que ele mais gosta é de instalador de antenas, pois lembra a mulher mais quente e bonita de sua vida e que nem sequer sabe o nome. E por incrível que pareça nem perto de sua casa passa mais, temendo uma grande surpresa.  
        
Conto de Antonio Daniel do Carmo


 * Este conto é uma obra de ficção e as personagens são inventadas pelo autor, qualquer semelhança com a vida real será mera coincidência.
 Obs. Se realmente existe uma mulher como essa, pretendo ir na casa dela fazer qualquer serviço, até carpir seu lote.