Certo dia em
uma manhã de abril, Noé conclui a sua grande obra, a Arca! Agora porém ele
deveria colocar um casal de cada espécie de animal em sua arca.
Sentado a bombordo
com as pernas agitadas, o senhor de madeixas e barbas brancas segurando uma
folha de papel A4 e uma esferográfica Bic, colocava-se a pensar. – Neste papel
descreverei todos os seres que deverão aqui entrar. – E assim o fez. Nome por
nome Noé foi escrevendo em sua folha de papel.
Ao término de
sua grandiosa lista, ao longe Noé já via que inúmeros dos seres já caminhavam
em direção da grande Arca. Com imensa agitação e entusiasmo o homem dirigiu-se
até os enormes portões da arca para fazer com que os seres subissem até a
plataforma da grandiosa arca.
Na entrada,
Noé, começa dar visto na lista dos seus convidados. Com mão trêmulas já assinalou
o primeiro nome da lista, e o ser que se apresentava era um dos maiores, com um físico alternativo e um bigode volumoso. Gilberto Barros!
- Quem é você
homem? - Disse Noé para o sujeito
pomposo.
- Gilberto
Barros!
- Mas não tem
nenhum dessa espécie aqui não meu caro! – Advertiu Noé.
- Tem Leão?
- Tem!
- Então sou
eu. – Afirmou Gilberto Barros.
- Imaginava
leões de outra forma, mas já que afirmas ser um, entre. – Apontando para o
interior da arca foi dizendo Noé ao Leão. – Hey... Espere ai! Espere... Cadê a sua fêmea? – Questionou Noé.
- Bem...
Bem... Uma fêmea? Ah... Sim. Claro uma fêmea. O Leão Lobo esta acompanhado com
as focas... Vem chegando ai atrás. – Apontando a colina dizia Leão.
- O que? Leão
Lobo? Mas isso é um leão ou é um lobo? – Olhando para a colina, ao deparar-se
com aquele ser afeminado – Sim! Já não espero mais nada desta lista.
E assim foi,
ser a ser Noé ia assinando, e os animais adentrando a arca: Um casal de
chipanzés comendo pipoca, suçuarana, jumentos do agreste, onça pintada, onça
sem pinta, onça preta e até uma pantera cor de rosa. Gato mirrado, cachorro
vira-lata, anu branco, anu preto, bem te vi, pichorole e azulão. Hippie, beatnik
e um dos punks e skinheads, Heavy metal, heavy darks, moicanos, bichos grilos, Gangues
de pichadores, maranquãs, e Tião da Loja. Pato, ganso, seriema, marreco e albatroz. É mamífero, é réptil,
é anfíbio, é pau, é pedra, é o fim do caminho, são as águas de março...
Ao longe se
avistava uma colorida comitiva alegórica, saltitantes, risonhos, excêntricos,
entre piruetas e malabares aproximavam-se cada vez mais de onde se encontrava
Noé.
- Quem são
vocês! - Perguntou o barbudin com grande desconfiança.
- Ué... -
Respondeu o mais extrovertido dos 6 que ali se encontravam. – Somos o Comando
do Riso, Pimentinha, Recoco, Gabiroba, Batatinha, Pirulito e Lokinha. Somos o
mais inovador grupo de palhaços! – Disse o colorido entre piruetas.
- Hun...
Palhaços?! Não tem aqui na lista não. Acho que vocês se enganaram. A festa
infantil é no terraço do 310.
E assim eles
se locomoveram para lá. Mas logo adiante um caminhão tocando Elise de Mozart
chegava ali.
- Óia o “Gaís”!
– Repetia o azulzinho – vai um botijão ai “sinhô”?
- Bom... Não
ta na lista, mas me vê um casal! – Respondeu Noé.
Dirigiram-se
até o interior da arca os homenzinhos de azul levando o casal de botijões.
Passado
alguns minutos, Noé se certificou de que ali dentro já se acomodavam todos os
espécimes e com alguns bônus. Uma gota de água oriunda dos céus acaba de tocar
sua fronte. Em um grande grito, exclama Noé.
– O dilúvio
vai começar! Faz um som ai galera, coloca o pão sírio pra esquentar e mistura o
maná no leite! Pessoal a aposta inicial é 5 galeões na roleta! E 10 no Black Jack.
Continua....
Benedito Jr.
Emilio do Zezé do Zé Vergino