Dizem que japonês é tudo parecido. Até aí concordo, eu não conseguiria distinguir pessoas numa multidão de japoneses, mas confundir chinês com japonês já é meio difícil.
Ontem, passando pelo centro da cidade, resolvi fazer um lanche na pastelaria do Chen. Entrei pedi um pastel, um café e sentei-me ao balcão para degustar o meu salgado. Enquanto comia, Chen conversava com uma mulher, que deveria ser sua esposa ou parente. Eles conversavam em seu idioma natal, talvez seria mandarim. Havia uma muher do meu lado, que ouvindo a conversa começou a rir, puxando conversa:
– Eu não entendo nada do que eles falam. Você entende japonês?
– Não, dona – disse – eu não entendo, mas eles não falam japonês, pois são chineses.
– Hum! Chineses? Achei que fossem japoneses. - disse ela.
Expliquei a ela que quem trabalha com pastéis são os chineses e não os japoneses.
– Ah, pra mim é tudo igual, japonês, chinês... não é tudo a mesma coisa? Perguntou ela novamente.
– Não.- respondi – China e Japão são do mesmo continente, mas são países distintos.
– Olha só - disse a mulher- eu não diferencio um japonês de um chinês. Você consegue ver a diferença?
– Sim... sim... há uma diferença física perceptível entre eles - respondi, já não aguentando mais.
– Sei não – disse ela - É diferente, mas pra mim é igual!
Depois de alguns minutos de silêncio ela veio a me fazer perguntas novamente:
– Por que será que japonês gosta tanto de trabalhar com pastel, ein?
Eu já estava cansado da história, mas respondi com um pseudo sorriso:
– Não dona, na verdade são os chineses que trabalham com massas, é uma coisa milenar. Passa de pai para filho. A China é um país tradicional em macarrão, em pastéis...
Ela olhou-me meio descrente, limpou a boca com as costas da mão e indagou:
– Mas macarrão não veio da Itália?
Eu já estava ao ponto de me irritar, mas resolvi levar a história um pouco mais adiante.
– Ah sim! A Itália é famosa por suas massas, mas foi Marco Polo que levou o macarrão da china para a Itália. Na China a tradição é milenar.
– Nossa! Interjecionou a senhora – não conheço esse tal Marcos Paulo não. Que coisa nem sabia disso.
Nessa hora eu já estava ficando maluco, então ela levantou-se pagou a conta e despediu-se de mim e de Chen:
Tchau moço, tchau japonês!
Guido Carmo 09/06/2011
ta massa esse post...kkk...
ResponderExcluirEi chen tem geléia???hehehehheheheh
ResponderExcluirSe o Sr. Saraiva encontrasse essa dona, ele, teria um infarto...hehehehehehehe... Muito bom o texto... Rachei de rir aqui.... Dauvim
ResponderExcluirHahahahahaha!
ResponderExcluirTolerância zero com esse tipo de gente!!
Tchau, moço! :)